segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

MORTE: UMA QUESTÃO MERAMENTE CULTURAL

Ator belga morre após recorrer à eutanásia

"Sou um homem feliz, vivo em uma época e em um lugar onde posso determinar meu próprio final e pôr fim a um sofrimento em vão". (Carls Ridders)
CARLS RIDDERS quebrou o mito do horror que se tem diante da morte. Horror este construído pela simbologia do inferno de Dante adotada pela tirania religiosa. Morre de forma digna e convicto de que a vida humana inexoravelmente tem dois caminhos: a velhice ou a morte. Contra isso não adianta brincar de Cocoon ou de Peter Pan; da busca inútil da fonte da juventude. Ter consciência da morte é ter consciência da nossa própria limitação humana. A morte é um freio a nossa arrogância e ostentação.
Carls Ridders era ator e diretor do teatro Holandês. Sofria de doença neuromuscular. Morreu neste domingo(8/12), após recorrer a eutanásia. Morreu num País onde a liberdade individual da escolha de viver ou morrer está nas mãos do próprio ser humano. Morreu num Pais onde a consciência do próprio ser humano é a sua própria regra e o seu limite.
Morreu num País onde o espírito laico é fator determinante da manutenção da coesão social e da diversidade humana.
Que o espírito de Carls Ridders esteja sempre na vida de homens e mulheres que comprovadamente não têm temor diante da morte. Via de regra, são homens e mulheres desprovidos de egoísmo, individualismo predatório e ostentação social.