quinta-feira, 14 de abril de 2011

Amor e Revolução

Voltei depois de uma longa temporada ausente de minha página. Voltei mais forte e revigorado para debochar com alta dose cinismo dos emergentes, da mesmice consumista e da militarização dos comportamentos sociais. Estava programado para falar de um assunto que palpita diariamente na minha mente inquieta e falante. Contudo, para minha surpresa, antes de iniciar a minha rotina pela lente de outro olhar e outra mente, cheguei à minha residência e fiz o rito de tirada da roupa solene-profissional. Liguei a televisão e ntrei, por acaso, numa emissora aberta,SBT. Coisa esporádica de minha parte. Para minha surpresa, deparei-com uma novela chamada AMOR E REVOLUÇÃO. Nunca fui simpatizante de novela. Afinal, em novelas não se venera o trabalho. Todos leva uma vida mansa semelhante as familias de Alfavile ou Vieira Souto. São novelas que cultivam e sacralizam pessoas que cultivam a fugacidade e frivolidade, tipos marcantes no jeito de ser da elite e classe média brasileira. Entretanto, o encontro com esta novela foi obra do acaso, da imprevisibilidade quântica. Sem querer, não querendo, assistir a novela. Coisa fantástica! obra prima e rara de se assistir na fética tv aberta brasileira. AMOR E REVOLUÇÃO é uma da história de covardia, do odor e da nausea dos militares golpista que impunha com armas e cacetetes uma sociedade asquerosa, antipoética, anti-prazer, anti-existencial. Período omitável. Período de delação dos protestantes, da classe média paulistana, das elitizinha escravocrata e barbára. Período da tortura, das agruras, do mede se falar espontaneamente, do medo de se amar ou de se fazer amizade. Em todo canto das nossas vidas, ruas ou quadras, infiltrava-se um militar trasvestido de hipper, drogado, cervejeiro, de estudante, de crente, católico, professor, namorado. Objetivo destes crápulas: pegar para a tortura qualquer um que falasse contra governo. A novela AMOR E REVOLUÇÃO é incrivelmente uma pequena amostra fiel dos que os militares golpistas fizeram com aqueles que pensavam politicamente diferente do golpe militar. AMOR E REVOLUÇÃO nos revelará o quanto é importante defendermos e aperfeiçoarmos a democracia. Melhor a democracia que as baionetas dos milicos. Prefiro e defenderei enquanto tiver forças, a democracia, mesmo contaminada com mal políticos, empresários sonegadores, igrejas empresariais, playboys e patricinhas delinquentes, shoppicenteres, coroneis do agraste, interiorizão paulistano e pelo racista e nazista Jair Bolsonaro, considerado o político eticamente limpinho e defendido e sustentado pelas elites e classe média do meu querido Rio de Janeiro. No no meu Rio temos o Bolsonaro, descendente do Hitler; como Brasilia tem Roriz, São Paulo, Paulo Maluf; Bahia, famílias Magalhães e, Maranhão, Sarney. FUI assistir AMOR E REVOLUÇÃO para desopilar o meu cérebro aprisionado pelo estúpido e inútil curso de direito. Fui dormire acordar no dia seguinte para assistir o próximo capítulo. Enquanto isto, os militares estão escondidos nas casernas querendo proibir a continuação da novela, pelo menos pelos meios legais, ato incomum na tradição militar.