terça-feira, 30 de março de 2010

PROCURA-SE UM ENTREVISTADO PELO IBOPE E DATAFOLHA

Confesso que dantes de me tornar um ser classe mediano, andava muito no meio da multidão. Andei muito na vida e nunca vi e presenciei algum ser do ibope ou datafolha entrevistando um transeunte. Costumo andar observando a paisagem e os olhares. Os olhares nos dizem muito sobre o ritmo da vida. A paisagem é apenas um pano de fundo do nosso corriqueiro olhar do cotidiano. As vezes penso que o entrevistador é um ser metafísico e átavico. Aparece, sei lá por onde, com as suas pranchetas para entrevistar seres extraterrestres. Tive a curiosidade de fazer uma pequena amostra com os colegas perguntando-lhes se nalgum dia foram entrevistas pelo Ibope ou Datafolha em época de eleições. Nenhum deles foram entrevistas e tampouco conhece ou conheceram alguma pessoa sortuda. Por outro, suponhamos que encontremos um ser entrevistado e como seria esta entrevista. Primeiro há de observar que estas entrevistas não são feitas altruisticamente ou gratuitamente. Ninguém faria uma pesquisa ou enquete de forma generosa e despretensiosa, a título de colaboração, contribuição histórica ou dever civico. Por mais que escondem os seus rostos, agem com a mão invisível para o imaginário social e visivel para quem busca o seu trabalho. A pesquisa é um produto adquirido e quem o adquirem pede direcionamento na pesquisa. Quem paga uma pesquisa paga-se exigindo critérios próprios. Assim acreditar na pesquisa como algo isento e transparente é acreditar também que a informaçao jornalística é isenta de fala axiológica, ideológica e partidária. Espero avidamente um dia, antes de ir ao paraíso existencial, ser entrevistado por alguma entidade do Ibope ou Datafolha. Enquanto isto, vou sarfando-me do BOPE para não ser morto por engano. Até