sábado, 11 de junho de 2011

Nunca fui Cristão brastemp

Lembro-me de uma boa propaganda da geladeira brastemp. Num sofá, estava sentada uma mulher, dona de casa tradicional, que narrava o mal gosto do marido em lhe dar uma geladeira. Falava que ele era bom, que a geladeira ganha de presente funcionava, mas longe de ser uma brastemp. Era risada total! Contudo, o tempo foi me mostrando nem tudo que funciona certinho tem lá a sua eficácia e validade exemplar. De tanto ela ficar neste saudosismo propagandista teve que dividir a sua qualidade com outras marcas que a superaram. Acho que sempre fui um cristão aquém da marca brastemp. Nunca quis ser perfeito. Sempre desconfiei dos perfeitos e dos bons. Afinal, quando tem recaídas, sai de baixo! É porralouquice para todos os lados"Bom é o tempero moderado. Nem vegatariano puro e dogmático e tampouco, ultra-ardidos e comedores de gargantas. Prefiro o tempero! é mais humano e existencial. O bom-bom e o mau-mau, sempre me desagradavam nas homilias dominicais. Nunca tive a ilusão de querer, na época, ser crente brastemp. Prefiria andar com os potencialmente excluídos, os perturbados da fé, os eternos duvidosos. No final dos cultos, estavam eu lá no meio dos rejeitados, marginalizados, os sem-empregos, sem-familia, sem-linhagem familiar e sem-contracheques. O meu faro era natureza, lá estava eu no meio deles e dando-lhes chances nas minhas lideranças eclesiásticas e musicais. Sempre acreditei na alma! Talvez por ter consciência das minhas limitaçöes estéticas e etnicas, tornei-me mais humano, solidário e fraterno. Nunca fui de ficar fazendo campeonato de vigilias ou de entregas de sermões evangelísticos. Prefiria aprender com a minha margem de pecado que julgava tolerável para a minha consciência cristã. Gostava de encantar as pessoas com o meu gesto, sorriso e meu engajamento com aquilo que julgava a grande receita para humanidade pluralista, multicultural. Não me decepcionei! Apenas ultrapassei a fronteira do conhecimento dominical e das verdades impostas pelas instituição. Não quero, jamais, ser um ser brastemp. Quero apenas viver a vida sem perder a genorosidade e o sonho de um outro mundo, menos egoista e individualista.
Tive a oportunidade de acompanhar de perto, sem a presença do olhar da mídia conservadora, o caso da extradição do Battisti. É importante destacar que errando ou não, qualquer país tem autonomia para definir o seu destino político e que nação que se respeita, tem opinião. Os EUA

Paulo Henrique Amorim no Encontro de Blogueiros do Ceará - parte 1

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Amor e Revolução

Voltei depois de uma longa temporada ausente de minha página. Voltei mais forte e revigorado para debochar com alta dose cinismo dos emergentes, da mesmice consumista e da militarização dos comportamentos sociais. Estava programado para falar de um assunto que palpita diariamente na minha mente inquieta e falante. Contudo, para minha surpresa, antes de iniciar a minha rotina pela lente de outro olhar e outra mente, cheguei à minha residência e fiz o rito de tirada da roupa solene-profissional. Liguei a televisão e ntrei, por acaso, numa emissora aberta,SBT. Coisa esporádica de minha parte. Para minha surpresa, deparei-com uma novela chamada AMOR E REVOLUÇÃO. Nunca fui simpatizante de novela. Afinal, em novelas não se venera o trabalho. Todos leva uma vida mansa semelhante as familias de Alfavile ou Vieira Souto. São novelas que cultivam e sacralizam pessoas que cultivam a fugacidade e frivolidade, tipos marcantes no jeito de ser da elite e classe média brasileira. Entretanto, o encontro com esta novela foi obra do acaso, da imprevisibilidade quântica. Sem querer, não querendo, assistir a novela. Coisa fantástica! obra prima e rara de se assistir na fética tv aberta brasileira. AMOR E REVOLUÇÃO é uma da história de covardia, do odor e da nausea dos militares golpista que impunha com armas e cacetetes uma sociedade asquerosa, antipoética, anti-prazer, anti-existencial. Período omitável. Período de delação dos protestantes, da classe média paulistana, das elitizinha escravocrata e barbára. Período da tortura, das agruras, do mede se falar espontaneamente, do medo de se amar ou de se fazer amizade. Em todo canto das nossas vidas, ruas ou quadras, infiltrava-se um militar trasvestido de hipper, drogado, cervejeiro, de estudante, de crente, católico, professor, namorado. Objetivo destes crápulas: pegar para a tortura qualquer um que falasse contra governo. A novela AMOR E REVOLUÇÃO é incrivelmente uma pequena amostra fiel dos que os militares golpistas fizeram com aqueles que pensavam politicamente diferente do golpe militar. AMOR E REVOLUÇÃO nos revelará o quanto é importante defendermos e aperfeiçoarmos a democracia. Melhor a democracia que as baionetas dos milicos. Prefiro e defenderei enquanto tiver forças, a democracia, mesmo contaminada com mal políticos, empresários sonegadores, igrejas empresariais, playboys e patricinhas delinquentes, shoppicenteres, coroneis do agraste, interiorizão paulistano e pelo racista e nazista Jair Bolsonaro, considerado o político eticamente limpinho e defendido e sustentado pelas elites e classe média do meu querido Rio de Janeiro. No no meu Rio temos o Bolsonaro, descendente do Hitler; como Brasilia tem Roriz, São Paulo, Paulo Maluf; Bahia, famílias Magalhães e, Maranhão, Sarney. FUI assistir AMOR E REVOLUÇÃO para desopilar o meu cérebro aprisionado pelo estúpido e inútil curso de direito. Fui dormire acordar no dia seguinte para assistir o próximo capítulo. Enquanto isto, os militares estão escondidos nas casernas querendo proibir a continuação da novela, pelo menos pelos meios legais, ato incomum na tradição militar.