quinta-feira, 20 de novembro de 2008

SALVE... SALVE ZUMBI DOS PALMARES!!!!

Zumbi dos Palmares! Guerreiro teimoso, trabalhadoso e corajoso. Incomodou o sistema. Veio as forças armadas do Império o aniquilou. Aniquilou o sonho de um País mais justo e solidário. Na República de Palmares todos eram bem recebidos. Não havia distinção entre negros fugitivos e brancos pobres. Todos foram acolhidos por esse grande guerrreiro que brotou no seio dessa gente escrava resistente e indolente. Zumbi foi a representação dos negros da Senzalas. Diferente dos negros que serviam e lambiam as facões dos seus amos nas cozinhas, os negros da Senzala e dos canaviais eram conscientes e cientes da sua condição de escravo. Os negros que limpavam as fezes e urinas dos seus amos nos palacetes, eram negros que achavam nos seus amos algo de bondoso. Os negros da senzala queria igualdade. Os negros da cozinha e dos banheiros dos casarões se contentavam com as migalhas e sobras das fartas mesas dos senhores escrovocratas.
Dito isto, é fácil entender o por quê de encontrarmos negros que são contra o sistema de cotas e políticas afirmativas e se aliaram aos brancos que outrora foram os seus amos.
Muitos deles andam de mãos dados com a turma escravocrata moderno travestida no movimento "Cansei". São negros que conseguem achar nas familias escravocratas algo de bom. São negros são capazes de morrer pelos descendentes de senhores escravocratas. São negros que certamente participaram do Partido conservador do escritor José de Alencar que se insurgiram contra abolição da escravidão.
Há negros que conseguem enxergar na Polícia um ser amigo e compreensivo nos seus atos.
Há negros que conseguem se aliar a intelectuais racistas e fascistas das principais academias brasileiras.
Há negros que acredita que não existe raça e que todos somos irmãos de uma mesma ordem mistíca.
Há negros que conseguem comungar com uma cristandade que foi cúmplice da escravidão. Há negros que veneram um deus criado pelos brancos que se chama Jeová e Yavé e outros adjetivos judaícos.
Há negros que acreditam que a religiosidade de outros negros é uma religiosidade demoníaca e folclórica.
Há negros que viraram ricos e transformaram-se em marionetes dos brancos.
Há negros que acreditam que o nosso problema é meramente de ordem social que vencido esta etapa, superamos o preconceito.
Há negros dessa estirpe que só toma consciência da sua fantasia histórica quando se depara com a polícia e verás que será tratado sem diferença de ser negro oriundo das cozinhas dos senhores escravocratas ou daquele que nasceu, viveu e morreu nos canavias e senzalas.
Esse negro capacho, subalterno de brancos escravocratas certamente esqueceu que quando foi arrancado ou vendido da África embarcou no mesmo navio dos demais negros.
Só falta esses negros, moldurados pelo mito da democracia ou da cordialidade racial, pensar que o navio que os trouxeram para o Brasil era um navio semelhante aos modernos e luxuosos transatlânticos de turismo.
Viva Zumbi dos Palmares que nos impediu de sermos um negros alienantes, animadores ou puxadores de carros alegóricos. Ou negros que se prestam ao papel de figuras exóticas para animarem a depressão dos brancos e ricos escravocratas.
Zumbi dos Palmares nos libertou das armadilhas do discurso midiático, dos livros didáticos e das histórias contadas por José Alencar, Nina Rodrigues e tantos outros intelectuais escravocráticos.
Viva Zumbi dos Palmares que nos deu força para superarmos a nossa condição, sem os privilégios do Estado imperial e Repúblicano. Zumbi dos Palmares nos faz lembrar de que o progresso dos euro-brasileiros foi patrocinado pelo Estado, através de sistema cotas configuradas nos sistemas de capitanias hereditárias e políticas de subvenções, perdão e isenção fiscal e distribuições de terras e lotes para os imigrantes europeus, sem lhes exigir os quesitos mérito e competência.
Zumbi dos Palmares nos deu consciência de que a competência e o sucesso dos brancos originou-se da política estatal do tráfico de influência e de forte políticas públicas de incentivo ao embranquecimento cultural.
VIVA ZUMBI DOS PALMARES QUE RENASCEU DAS CINZAS HISTÓRICAS PARA DESMACARMOS A DEFECTÍVEL, IGNÓBIL E ABJETA SENHORA ISABEL QUE UM DIA SERÁ, EM DEFINITIVO, DEFENESTRADA DA NOSSA CONSCIÊNCIA NEGRA!

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