quinta-feira, 26 de agosto de 2010

O analfabeto acadêmico

Na minha longa trajetória de menino pobre, diziam a minoria de 5 milhões de brasileiros privilegiados que o nosso estado de pobreza, dentro outros, decorre da falta de escolarização e educação. Contudo, o pouco de pessoas pobres que lutaou e superou o estado de pobreza, ao chegar nas universidades, percebeu e descobriu um tipo de ignorância de analfabetismo escondido e sonegado no nosso imaginário social de "seres inferiores".
Se do nosso lado, temos a dificuldade de ter acesso a educação. A turma dos 5 milhões de arianos-brasileiros também tem lá a sua contradição. No meio dos letrados e graduados de "olhos azuis" tem um analfabetismo muito mais grave do que o analfabetismo do povo. Trata-se do analfabestimo burguesal. O analfabetismo burguesal é um analfabetismo político e preconceitual. É aquele que os 5 milhões, apesar de graduados, ao saírem com o diploma do mosteiro acadêmico, tentam domesticar os sem-escolas e sem-graduaçãos. Tentam, inutilmente, catequizar a empregada doméstica, o cortador de cana, o motorista e outros, transmitindo-se o saber apenas pelo olhar do O Globo, a Folha e outros jornais da mídia tradicional. Falam uma verdade, como fosse uma realidade inquestionável, apostando na idéia etnocêntrica do que o povo não tem cérebro. Ledo engano e hoje superado e indisfarçável.
Prá gente do andar infeior é duro saber que o "cara" de "olhos azuis" virou advogado, médico, arquiteto e continua acreditando na narrativa da mídia. Tem-se a sensação de que, quando uma pessoa sai da universidade, já sai domésticado com a tarefa de repassar apenas o discurso da mídia ou dos livros decodificados e canonizados pelo grande ser europeu.
O grande e o incomparável antrológo, Darcy Ribeiro, homem eternamente debochado, dizia-nos que "a tal de gente letrada ou acadêmica brasileira, se assemelhava, com o devido respeito, "ao Pai-de-Santo. Ou seja, a função única de incoporar e traduzir linguisticamente a metafísica e metalinquistica acadêmica europeia.
É trágico e folclórico ter que conviver, por 5 anos, com os intelectuais e professores universitários, que se reduziram apenas a uma homilia recital dos livros, dito "´clássicos", a exemplo das religiões fanáticas.
Depois de 4 cursos superiores e de pós-graduação, descobria que pior do que o analfabetismo que tanto tormenta os pobres, é o analfabetismo dos 5 milhões de arianos-brasileiros que constrói a verdade lendo textos pobres, genéricos e tautológicos dos editorialistas dos principais jornais do Brasileiro.
O mais nauseante é saber que estes 5 milhões de seres civilizados e "Higienopolizados", tentam usar seus "jornalécos" como fonte de inspiração ética, moral, religiosa e liberal para os negros, pobres e comunidades.
Coitado de Hayek e Adam Smith. A servidão e a "mão invisível" conspiraram contra os seus próprios filhos e suas filhas.
O analfabetismo da minoria privilegiada é um analfabetismo pela falta de caráter, boa-fé, honestidade e ética. Duro enfatizar esta gente que traz no útero, no sangue, na religião e no cérebro o preconceito, racismo e nazismo social!!!

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