quarta-feira, 22 de outubro de 2008

A INCIVILIDADE - ENTRAVE PARA ÉTICA NA POLÍTICA

Um dos assuntos recorrentes que ouvimos no cotidiano é o grito pela ética na política. Todos numa só comoçao e raiva clama por ética. Contudo, sou daqueles que não participo desse coro. Não creio na possibilidade de se construir uma ética na política sem considerar as práticas incivilizadas presente no comportamento social. Creio numa mudança ética nascido de um novo ethos social. Não se pode acreditar no exercício de uma política ilibada, imaculada, sem mancha e incorruptível sem levar em contra o aspecto cultural e educacional de um povo. Exigir uma política irretocável é mera crença mistíca e messiânica.
Assim sou daqueles não a ficar arredio e desencantado com esse discurso de ordem moralista que busca a auto expiacão na figura de Judas Escariotes. Sei que boa parte dos desvios de conduta social advém da vida costumeira. Por exemplo:
1) Que culpa tem o parlamentar quando alguém fura uma fila?
2) que culpa tem o Congresso Nacional quando um estudante plagia um trabalho acadêmico?
3) Que culpa tem o político quando os emergentes levam seus animais de estimação para defectar nas calcadas públicas?
4) que culpa tem o político quando um filhinho de papai, delinquente de luxo, quando usa o espaço público resolve quebrá-lo ou estragá-lo?
5) que culpa tem o político quando é multado no trânsito, tenta-se recorrer ao jeitinho brasileiro?
6) que culpa tem a Câmara dos Deputados quando um vizinho insiste em continuar com o barulho depois das 10hs?
7) que culpa tem a política quando deixa-se os carros em cima das calçadas e gramadas, como se fosse extensão da propriedade privada?
8) que culpa tem a política quando se usa notas frias para burlar o imposto, como forma e aumentar a restituiçao?
9) o excesso de exigência burocrática nas compras a prestacão é culpa do político ou da cárater do povo?
10) Os lixos jogados nas ruas vindos de carros importados e de luxo?
11) E o uso de carteira funcional em questões de interesses privados?

Enfim, poderíamos citar outras inúmeras situações que coloca o Brasil como um dos países mais incivilizados em termos de convívio social.
É prazeiroso chegar num país civilizados presenciar o respeito mútuo; o respeito com o bem comum; o respeito no trânsito; o respeito com as placas proibitivas.
Imaginemos se um empresário resolve abrir mão dos documentos pessoais na hora de uma compra a prestação e se confiasse apenas na palavra pessoal? o cano que levasse seria a culpa do política ou da cárater pessoal?
Longe de querer expressar um tom moralista, aqui estamos para advertimos que a questão da ética na política não passa pelo parlamento e sim pelo grau de consciência e civilidade de um povo.
Enquanto perdurar o desrespeito entre vizinhos e o espírito depretadório ao bem público, o grito pela ética na política se torna mera catarse e delírio.
As vozes da rua nem sempre reflete a coerência civilizatória e racional.
Como bem disse Nelson Rodrigues: "a unanimidade é burra". Diria mais é dirigista e sem conteúdo.
Até

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